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Avaliação oftalmológica na primeira infância: da triagem neonatal ao acompanhamento do desenvolvimento visual

  • admdrricardonakagh
  • 12 de nov.
  • 2 min de leitura

A visão é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento global da criança. Desde o nascimento, diversas condições podem comprometer a formação adequada da via visual, e muitas delas só são identificadas por meio de exames oftalmológicos especializados. Por isso, a avaliação oftalmológica precoce é considerada um componente essencial da vigilância em saúde neonatal e pediátrica, garantindo diagnóstico e tratamento oportunos para evitar déficits visuais permanentes.

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Teste do Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho)

O primeiro passo na avaliação ocular do recém-nascido é o Teste do Reflexo Vermelho, conhecido como Teste do Olhinho. Ele é obrigatório nas primeiras 72 horas de vida e deve ser realizado ainda na maternidade.


Durante o exame, o profissional observa o reflexo vermelho que surge nas pupilas quando uma luz é direcionada para os olhos. A ausência ou alteração desse reflexo pode indicar doenças graves, como catarata congênita, glaucoma congênito, hemorragias vítreas e até retinoblastoma.


A detecção precoce dessas alterações é decisiva para o encaminhamento rápido ao oftalmologista e pode mudar completamente o prognóstico visual e funcional da criança.


Avaliação oftalmológica durante o primeiro ano de vida

Mesmo em crianças nascidas a termo e aparentemente saudáveis, a primeira consulta oftalmológica deve acontecer até os 12 meses de idade. Esse acompanhamento é especialmente importante nos seguintes casos:

  • História familiar de doenças oculares hereditárias

  • Estrabismo, desalinhamento ou assimetria ocular

  • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor

  • Parto traumático ou intercorrências neonatais

Essas condições aumentam o risco de alterações oculares que, se não identificadas e tratadas precocemente, podem comprometer o desenvolvimento visual.


Triagem para Retinopatia da Prematuridade (ROP)

Entre os prematuros, a atenção deve ser redobrada. A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma doença que afeta o desenvolvimento dos vasos da retina e pode levar à perda visual se não tratada a tempo.


De acordo com as diretrizes da American Academy of Pediatrics, a triagem é indicada para bebês com:

  • Peso ao nascer menor ou igual a 1500 g

  • Idade gestacional igual ou inferior a 30 semanas

  • Necessidade prolongada de oxigenioterapia


O exame oftalmológico deve ser iniciado entre a 4ª e 6ª semana de vida, considerando tanto a idade cronológica quanto a idade gestacional corrigida. A avaliação costuma ocorrer ainda durante a internação na UTI Neonatal.


Nos casos mais graves, o tratamento pode envolver fotocoagulação a laser ou terapia anti-VEGF, fundamentais para preservar a visão.


Mesmo os prematuros que não desenvolvem ROP devem manter acompanhamento oftalmológico periódico, pois têm maior risco de apresentar erros refrativos, ambliopia (olho preguiçoso) e distúrbios de motilidade ocular.


O papel do oftalmologista no desenvolvimento infantil

A estimulação visual adequada é parte essencial do desenvolvimento neuropsicomotor da criança. O oftalmologista tem papel fundamental na detecção precoce de alterações visuais, garantindo que o desenvolvimento da visão ocorra de forma harmoniosa e que a criança alcance todo o seu potencial visual e cognitivo.

O olhar atento desde os primeiros dias de vida faz toda a diferença para o futuro da saúde ocular.

 
 
 

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